USO DO FORMOL / FORMOLDEÍDO - CUIDADOS
- Tati Laguna
- 1 de mar. de 2018
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FORMOL
Por Marina Martinez Soluções de formaldeído gasoso dissolvido em água são chamadas de formol (O formaldeído se dissolve em água a 37%). Este composto orgânico é altamente tóxico e tem uma vasta gama de aplicações. É usado como desinfetante (mata a maioria das bactérias), conservante (muito usado no embalsamento de cadáveres), na fabricação de resinas sintéticas, tintas, plásticos, espelhos, vidros, cosméticos e até mesmo em explosivos. O formaldeído é usado para fazer vários produtos químicos, incluindo produtos de higiene pessoal como o creme dental.
Devido a sua toxicidade, o formol causa diversas reações maléficas no corpo humano quando ingerido, inalado ou quando entra em contato com a pele. É irritante para os olhos, nariz, garganta e pulmões e pode causar: reações cutâneas, infecções de ouvido, dores de cabeça, depressão, asma, dores nas articulações, tonturas, confusão mental, náuseas, desorientação, flebite, fadiga, vômitos, distúrbios do sono, laringite, entre outros. Além disso, o formaldeído é considerado um agente cancerígeno para os seres humanos.
Quando o formol é inalado pode causar no indivíduo dor de garganta, tosse e falta de ar. Também irá provocar irritação no trato respiratório. Concentrações entre 25 a 30 ppm (partes por milhão) causa lesões graves no trato respiratório levando ao edema pulmonar e pneumonia. Em altas concentrações pode ser fatal. Em caso de inalação, recomenda-se levar a vítima para um local bem arejado. Se esta não estiver mais respirando, é necessário fazer respiração artificial. Caso a vítima respire com dificuldade, deve-se consultar um médico imediatamente.
Se ingerido o formol pode causar dor abdominal intensa, náuseas, vômitos violentos, dor de cabeça e diarréia. Concentrações maiores provocam a queda da temperatura corporal, dor no aparelho digestivo, respiração superficial, pulso fraco, inconsciência e até mesmo levar a morte. Neste caso, não deve-se provocar o vômito na vítima, uma vez que este poderá ocorrer espontaneamente e não deve ser evitado. Deitar o paciente de lado também é recomendado para evitar que a vítima aspire resíduos.
Em contato com a pele este composto tóxico provoca irritação, vermelhidão, dor intensa e queimaduras. Se absorvido pela pele, o formol provoca sintomas semelhantes aos da ingestão. Recomenda-se lavar a área afetada pelo formol imediatamente com água em abundância e sabão.
Infelizmente é difícil evitar qualquer exposição ao formaldeído porque ele está presente no ar (geralmente abaixo de 0,03 ppm). Porém, para a maioria das pessoas exposição de baixo nível (até 0,1 ppm) não causa quaisquer problemas. Alguns métodos para evitar ou minimizar a exposição a altos níveis de formaldeído são:
Usar roupas feitas com algodão, nylon, acrílico e poliéster, pois estes tecidos contêm menos formaldeído e são geralmente bem tolerados por indivíduos sensíveis. Lavar roupas novas antes de usar. Para reduzir o teor de formaldeído no ar, recomenda-se aumentar a ventilação em ambientes internos através da abertura de portas e janelas ou instalação de exaustores nas áreas fechadas. É muito importante ler os rótulos dos produtos cosméticos antes de utilizá-los, para ver se estes possuem formol em suas composições. Referências Bibliográficas: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=795 http://pt.wikipedia.org/wiki/Metanal http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/formal.html
FORMOL
Uso na fábrica de tecidos e artigos de vestuário O uso de resinas tendo como base o formol na produção de tecidos resistentes teve início na década de 50. Inicialmente as resinas continham quantidades substanciais de formaldeído: acima de 0,4% por quilo de tecido. A introdução de novos compostos na década de 70 reduziu os níveis de formaldeído livre nas fábricas em 0,15-0,2%. Desde então os níveis de formaldeído têm sido gradualmente reduzidos. O uso de resinas baseadas em formaldeído na finalização de tecidos e artigos de vestuário pode expor trabalhadores do setor varejista (IARC, vol88 completo, 2006).
Outros exemplos de exposição ocupacional:
A exposição ao formol pode ocorrer por profissionais que trabalham em fundições, na indústria de fibra vítrea sintética, na produção de plásticos. Pode ainda ocorrer por profissionais que trabalham nas ruas devido às emissões veiculares, por bombeiros, por trabalhadores de prédios públicos (museus, casas geriátricas, etc) (IARC, vol88 completo, 2006).
O formaldeído é também utilizado nas seguintes condições/ocupações: - na agricultura como um conservante para forragem e como um desinfetante. - em gás é utilizado 5-10 vezes por ano para desinfetar ovos em aviários. - durante processos industriais, como tratamento de peles e couros, preservação de cevada e açúcar de beterraba, carvão e processamento de borrachas e abrasivos.
Outras fontes de exposição ao formaldeído - não ocupacionais
No ambiente Embora o formaldeído seja um componente natural presente no ar, fontes antropogênicas usualmente contribuem para o aumento desses níveis. Concentrações de formaldeído em áreas urbanas são mais variáveis e dependem das condições locais. Geralmente variam de 1-20 g/m3. Em condições de tráfico pesado ou durante inversões severas podem se estender para acima de 100 g/m3, como o que foi registrado no Brasil, em Salvador-Bahia (de Andrade et al, 1998).
No interior das residências As concentrações de formol no interior das residências dependem das fontes de formaldeído existentes, o tempo de permanência dessas fontes, da ventilação, da temperatura e da umidade. Como exemplo pode-se citar materiais isolantes, compensados e tábuas finas, carpetes, tintas e vernizes, roupas e tecidos, fumaça do tabaco e o uso de formol como desinfetante (Dingle et al, 2000; Jurvelin 2003).
Cosméticos A população pode entrar diretamente em contato com produtos que contém formol, formalina e/ou paraformaldeído pelo uso de shampoos e outros cremes para o cabelo; desodorantes, produtos de banho, cremes e loções para a pele. O contato pode se dar nos olhos (máscara e maquiagem), na mucosa oral (refrescantes bucais), na mucosa vaginal (desodorantes vaginais) e nas unhas (removedores de cutícula, cremes e loções de unhas). O uso de aerossóis pode resultar numa potente fonte de inalação do formol (Cosmetic Ingredient Review Expert Panel, 1984).
Alimentos O formaldeído ocorre naturalmente nos alimentos, e esses também podem estar contaminados por fumigantes (ex. grãos), durante o cozimento (como produto da combustão) e pela liberação de resinas de formaldeído a partir da louça. Tem sido também utilizado como agente bacteriostático em alguns alimentos como queijos (na Itália é permitido o uso controlado como agente bacteriostático) (Restani et al, 1992). Frutas e vegetais tipicamente contém de 3-60 mg/kg, leites e produtos lácteos contém cerca de 1mg/kg. Carnes e peixes contêm 6-20mg/kg e moluscos contém 1-100mg/kg. A água para consumo geralmente contém menos de 0,1mg/kg (WHO, 1989). É utilizado na indústria para inibir o crescimento bacteriano durante a produção de sucos (ATSDR, 1999).
Tabagismo Concentrações de 60-130 mg/m3 tem sido medido na corrente principal da fumaça do cigarro. Uma pessoa que fuma 20 cigarros/dia, expõe-se ao equivalente de 1 mg/dia (WHO, 2001).
Interação com outros agentes químicos
O formaldeído, a acroleína, o acetaldeído e o crotoaldeído são os maiores contaminantes do ar e podem estar simultaneamente em muitos ambientes internos e externos. Esses agentes químicos são todos irritantes do tato respiratório e, em concentrações elevadas, danificar o epitélio nasal em animais experimentais. Dependendo da duração e concentração da exposição, as interações variam do antagonismo para potencialização e um evidente sinergismo (WHO, 2001).
Toxicidade
Devido a sua solubilidade em água, o formol é rapidamente absorvido no trato respiratório e gastrointestinal e metabolizado. Embora o formol ou metabólitos sejam capazes de penetrar na pele humana, a absorção dérmica é mais leve, porém podem induzir a dermatites de contato. Desta forma, o formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea.

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